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O jornalista, pesquisador e educomunicador Alexandre Sayad evoca os estudos do pensador italiano Umberto Eco para definir, já em 2011, o contexto da Web como sendo um período de excesso de informações com potencial para, também, atrapalhar o processo de apropriação do conhecimento, inclusive no âmbito do ensino e aprendizagem. Nessa obra, Sayad relata a consolidação da iniciativa de Educomunicação chamada Idade Mídia, iniciada em 2002 no colégio Bandeirantes, na cidade de São Paulo.

Em tempos de propaganda massiva visando a adesão às tecnologias que incorporam as chamadas "Inteligências Artificiais", o debate quanto à soberania digital e informacional é fundamental como estratégia de "Literacia Digital", antes de embarcarmos de forma alienada e acrítica nas modinhas tecnológicas. Aqui me vem um paralelo com a forma que a própria Web se popularizou no Brasil, já no âmbito das mídias sociais (Orkut) e sem uma prévia e eficaz política de alfabetização digital. A abordagem a partir de Fanon, para além do mérito anti-racista, trás uma perspectiva original sobre tecnologia: nem o fatalismo alienado capitalista, de que não há nada a ser feito, nem o boicote às supostas tecnologias que dominarão a humanidade. Em Fanon, a ideia é usá-las em favor das lutas anti-coloniais, anti-racistas e anti-fascistas e por uma razão humanista do mundo.

Um livro necessário para a atualidade.