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commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

AVISO: Diante do negacionismo e da promoção da ignorância no Brasil, que chegou ao paroxismo na época da Pandemia da COVID-19, precisava de alguma forma entender mais sobre o assunto e foi assim que cheguei ao termo Agnotologia, que seria uma ciência que estuda a promoção da ignorância. Este livro possui vários ensaios de diversos autores. Os dois nomes em destaque são dos organizadores. Foi Robert N. Proctor que cunhou o termo "Agnotologia" e como não encontrei nenhum livro e português sobre o assunto, resolvi ir a fonte original, em inglês mesmo. A partir desta nota, seguirei transcrevendo aqui meus "diários de leitura". Não sei se um dia conseguirei fazer uma resenha. Mas acho importante deixar um conteúdo em português sobre o tema. Como lamento de não ter este tipo de informação na época da Pandemia... Antes tarde do que nunca.

No capítulo que li fala de um instituto chamado Marshall, em homenagem ao Plano Marshall (de reconstrução da Europa na Segunda Guerra). Trata-se de um think tank, encabeçado por um apoiador da Guerra nas Estrelas durante, o governo Ronald Reagan. Programa que foi criticado à época pela maior parte dos cientistas, que alegaram que tal programa (que interceptaria mísseis intercontinentais) ia contra a Destruição Mútua Assegura (M.A.D.), que era o conceito que balanceava a Guerra Fria.

O livro, de 2008, mostra com boa fundamentação como surgiram estes Think Tanks de negacionistas, a técnica utilizada por esse instituto Marshall lembra muito o que um grupo bem conhecido faz no Brasil: grande investimento em anúncios na mídia e a produção de conteúdo audiovisual com narrativa que vai de encontro ao que a maior parte da Academia defende.

No livro, usam o termo "contrarian" para os negacionistas. A linha de argumentação lembra muito as teses jurídicas de defesa no Direito Penal, do tipo: 1) o fato criminoso não ocorreu; 2) se ocorreu, não foi praticado pelo réu; 3) se foi praticado pelo réu, há uma excludente de ilicitude ou não deve ser punido com privação de liberdade. Aprendemos, inclusive, que tais teses podem ser contraditórias, pois trata-se dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

No caso do livro:

"Its spokesmen and members have argued that there is no proof that global warming is real or, if it is real, that there is no proof that it is caused by human activities or, if it is real and anthropogenic, that there is no proof that it matters". (p. 60).