User Profile

diegopds

diegopds@bolha.review

Joined 4 months, 3 weeks ago

Leio "de tudo". Sempre gostei de ficção científica e distopias, mas atualmente estou com um "bloqueio" para ficção em geral.

Tenho me debruçado mais em livros de não-ficção. Os assuntos que me despertam maior interesse no momento são as críticas e exposições sobre os problemas na sociedade contemporânea.

Isso abrange: modo de produção, obsolescência programada, questões climáticas, superficialidade, promoção da ignorância (agnotologia) entre outros.

Blog
Mastodon
Skoob (estante mais atualizada)
Ver mais… Textão!
NeoDB (Eggplant.place)

This link opens in a pop-up window

2024 Reading Goal

40% complete! diegopds has read 4 of 10 books.

Harper Lee: To Kill a Mockingbird (Paperback, Portuguese language, 2006, José Olympio) 4 stars

One of the best-loved stories of all time, To Kill a Mockingbird has been translated …

Para o #QuartaCapa sobre livros com citações que nunca esquecemos, trago O sol é para todos (Harper Lee):

"Eu não gostava de ler até o dia em que tive medo de não poder ler mais. Ninguém ama respirar".

Esta é a citação que está fixada no meu perfil do Skoob há mais de década.

Sidarta Ribeiro: O Oráculo da Noite No rating

A partir de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias, além das referências mais atualizadas da …

p. 419-425:

"Nasce uma nova psiquiatria

[...]

É preciso reconhecer a crise da supermedicalização na psiquiatria. Apesar de serem corriqueiramente indicados para tratamento diário sustentado por meses, anos e décadas, os antidepressivos encontrados nas farmácias apresentam efeitos positivos bem modestos, pouco acima dos obtidos com placebo e com eficácia comprovada apenas nos dois primeiros meses do tratamento.10 Em face dos preocupantes efeitos colaterais desses fármacos, que incluem o risco de depressão crônica refratária a tratamento,11 a psiquiatria tradicional se aliou aos interesses da indústria farmacêutica e lavou as mãos.

[...]

Natural ou farmacologicamente induzido, o sonho cada vez mais se apresenta como terapia para cérebros adoecidos pelo excesso de estresse ou abuso de quaisquer substâncias.

[...]

Será que a falta de curiosidade do sistema de saúde internacional em investigar a fundo as propriedades benignas dos psicodélicos tem a ver com a baixa lucratividade de tratamentos baseados em muito contato humano e poucos remédios, em comparação com o modelo muito mais lucrativo de pouco contato humano e muitos remédios?

O renascimento da psicologia profunda

[...]

Narrar sem inibições ajuda a navegar a trajetória de frustrações e a mitigar a dor — não apenas através das inúmeras psicoterapias de autoconhecimento, mas crescentemente, explosivamente, pelo uso febril de Facebook, Instagram, Twitter, blogs, vlogs e todo um novo universo de formas de contar histórias. Inflama-se e gira cada vez mais rápido a catraca cultural que iniciamos em torno da fogueira, nossa fábrica desgovernada de narrativas".

O Oráculo da Noite by  (Page 419 - 425)

Stephen Emmott: 10 bilhões (Portuguese language) No rating

Para o #QuartaCapa desta semana, indico "10 bilhões", de Stephen Emmott, que li num único dia: 07/02/2017. São 208 páginas, mas no formato de bolso, com muitas fotos, fontes e espaçamento enormes, páginas com texto pela metade. Equivale a um livro "normal" com 30 ou 40 páginas.

Seu tema não poderia ser mais atual e relevante: as mudanças climáticas. Fiz resenha dele à época, mas como é extremamente curto, vale a pena ler na íntegra.

Sidarta Ribeiro: O Oráculo da Noite No rating

A partir de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias, além das referências mais atualizadas da …

Felizmente, nos capítulos 16 e 17, o livro voltou a focar mais diretamente nos sonhos.

Achei legal a ideia do sonho como uma espécie de campo de treinamento, simulador para enfrentar situações reais. E a explicação sobre a diferença dos sonhos de animais movidos apenas pelo instinto e aqueles dotados de razão cujas vidas possuem problemas em menor escala e maior quantidade.

Citações:

Capítulo 16. Saudade e cultura

Mesmo que ocasionalmente conte com ajuda sobrenatural, não é com inspiração divina que Ulisses vence a guerra, mas com sua lúcida capacidade de viajar dentro de si para se imaginar no lugar do outro.

[...] no mundo natural os problemas dos animais são sempre os mesmos: não morrer, matar algo para comer e procriar [...] Entretanto, para o ser humano vivendo em sociedade e provido de condições materiais para existir, em vez de três grandes problemas existem milhares de pequenos aborrecimentos, limitações …

Albert Camus: O mito de Sísifo (Paperback, Português language, 2020, Record) No rating

De um dos mais importantes e representativos autores do século XX e Prêmio Nobel de …

É preciso imaginar Sísifo (muito) puto!

No rating

Publicado originalmente em: curadoria.bearblog.dev/o-mito-de-sisifo-albert-camus/

Publicado em 1942, O mito de Sísifo (no original, Le Mythe de Sisyphe) é um ensaio do escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960) que trata do absurdo: a contradição entre o que o ser humano espera e aquilo que o mundo lhe entrega. Diante disso, surge o problema filosófico do suicídio e sua alternativa: a revolta. Esta última lhe entrega desafio e satisfação ao lado da liberdade e da responsabilidade de transformar o mundo a sua volta, dentro de suas limitações.

FIM [1]

Ainda no prefácio, o próprio autor enquadra o livro, dentro de sua obra, como uma forma ideológica dentro de uma expressão negativa:

CAMUS, Albert - Mapa Mental

Observa-se logo na abertura da primeira parte ("Um raciocínio absurdo"), a afirmação de Camus sobre não trazer nenhuma metafísica tampouco crença. E já no início do primeiro capítulo, ("O absurdo e o suicídio"), solta …

avatar for diegopds diegopds boosted

quoted Realismo Capitalista by Mark Fisher

Mark Fisher: Realismo Capitalista (Paperback, Portuguese language, Autonomia Literária) 3 stars

Tradução em português do livro Capitalist Realism, de autor Mark Fisher, pela editora Autonomia Literária.

(...) o transtorno bipolar é a patologia mental própria ao “interior” do capitalismo. Com seus incessáveis ciclos de auge e depressão, o capitalismo é, em si, fundamental e irredutivelmente bipolar, oscilando entre a excitação maníaca incontrolada (a exuberância irracional das “bolhas”) e quedas depressivas (o termo “depressão econômica” não é à toa).

Realismo Capitalista by 

@sol2070@velhaestante.com.br Ótima resenha! Livro com temática bem relevante na atualidade. Também li a entrevista do blog, obrigado por transcrevê-la.

gosto de histórias de distopias catastróficas justamente porque abrem os olhos para o presente — sem isso, não teremos a menor chance. O desconforto, ou até angústia, fazem parte. Parece-me um negacionismo sutil querer evitar o desagradável.

Concordo. Um amigo, depois assistir alguns episódios de Black Mirror, veio me dizer que a série o fazia ficar "pensando" (nesse sentido desagradável, ele queria dizer). Na ocasião, não quis confrontá-lo. Mas é isso: qualquer coisa que provoca reflexão ou mudança causa esse atrito.

avatar for diegopds diegopds boosted

Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social, nem mesmo os bairros murados …

Ficção climática presciente de 30 anos atrás

5 stars

(original, com reprodução de entrevista → sol2070.in/2024/09/livro-parabola-do-semeador-entrevista-octavia-butler/ )

"A Parábola do Semeador" ("Parable of The Sower", 1993) talvez seja o livro mais admirado da estadunidense Octavia Butler. Além dos prêmios que recebeu há 30 anos, voltou a ser muito lido recentemente por ser, além de um ótimo romance, um dos mais vívidos retratos da catástrofe climática — boa parte da história se passa entre 2024 e 2027.

Apesar de não ser leitura fácil, está entre as melhores distopias que já li. O horror dos primeiros anos de um colapso social total devido à emergência climática e ao sistema econômico é chocante a ponto de precisar baixar o livro e respirar de tempos em tempos. Ouvi gente dizendo que não suportou e largou.

É uma predição assustadoramente plausível do que pode acontecer, incluindo até a volta da escravização — a culminação da atual piora constante das condições de trabalho apontaria para …

commented on Montenegro by Fernando Morais

Fernando Morais: Montenegro (Paperback, Português language, 2006, Planeta) No rating

Nesta incrível reportagem biográfica, Fernando Morais - o aclamado autor de 'Olga' e 'Chatô' - …

"Eu gosto muito de ler biografias... A última que eu li... De biografia...? Puxa vida, eu tenho uma péssima memória...". :-)

Para o #QuartaCapa de hoje, minha indicação é Montenegro: mais uma biografia escrita por Fernando Morais (e também acho que daria um belo filme). Casimiro Montenegro Filho foi o patrono da Engenharia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira, criador do ITA, CTA e pioneiro do Correio Aéreo Nacional. Ou seja, criou o embrião do que viria a se tornar a EMBRAER.

O livro é uma pequena amostra do potencial do Brasil e do que poderia se tornar se o País tivesse um projeto. À época, ao invés de aceitar aviões de graça dos EUA, Montenegro e sua equipe preferiram desenvolver sua própria tecnologia, contratando grandes mentes mundo afora. Ao construir o CTA, fez um concurso para eleger o melhor projeto arquitetônico, não importanto o posicionamento ideológico de quem o …

commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

2024-08-31

PART III Theorizing Ignorance

CHAPTER 9 Social Theories of Ignorance MICHAEL J. SMITHSON

A CONFUSION OF DEFINITIONS AND TERMINOLOGY

Inicialmente, expõe a distinção mais popular da ignorância: ignorância consciente (saber que não sabemos); meta-ignorância (não saber que não sabemos).

Depois, sugere quatro critérios para os tipos de ignorância (cf. p. 211 e 212).

A ignorância, assim como o conhecimento é socialmente construída. Um entendimento em profundidade de como é construída requer atenção de quatro pontos: 1) quais alegações são feitas; 2) como essas alegações correspondem aos aspectos de conhecimento e ignorância; 3) como as partes interessadas usam e respondem às alegações sobre ignorância; e 4) quais as consequências dessas alegações sobre ignorância na interação social?

CULTURAL SOURCES