diegopds commented on Agnotology by Robert N. Proctor
BODIES AND PLEASURES
Neste último título, há uma citação de McWhorter que dá uma perspectiva interessante: "What if we used pleasure rather than pain as our primary disciplinary tool?".
Na mesma linha, a autora cita Annie Sprinkle, uma ex-atriz pornô que se tornou uma artista de performance e educadora sexual: "There’s a lot of people who talk about violence, rape, and abuse. But, there’s not a lot of people that talk about pleasure, bliss, orgasm, and ecstasy".
Na conclusão, afirma que há correlação entre conhecimento e prazer. E diz que seu objetivo se divide em dois pontos: 1) compartilhar sua fascinação pelo estudo científico da sexualidade, em especial a feminina; 2) sublinhar a importância e poder daquilo que não sabemos e poder político que essa ignorância representa. Alega que um estudo completo da epistemologia deve incluir o estudo da ignorância, não apenas do conhecimento (e, nisso, concordo plenamente).
Reforça que o estudo da ignorância fornece um paradigma para os valores do trabalho e nossos conhecimentos práticos. E finaliza dizendo que não podemos assumir que as ferramentas ou teorias que desenvolvemos para o estudo do conhecimento podem ser transferidas para o estudo da ignorância.
Este foi um artigo bem longo e muito, muito redundante mas, principalmente em seu final, traz uma ótima contribuição para a proposta do livro. Com o bônus dessa perspectiva do aprendizado não só pela dor, mas pelas coisas positivas também.
PS: Essa questão me remete a uma passagem que li em MURAKAMI, Haruki. Do que eu falo quando eu falo de corrida: "a dor é inevitável. Sofrer é opcional". E outra, na mesma linha, que li depois em MANSON, Mark. F*deu Geral: "se a dor é inevitável, o sofrimento é sempre uma escolha". No artigo de Nancy Tuana, se abre um novo horizonte, para enxergar as coisas por um vetor positivo, de fato e não apenas um conformismo ou visão positiva diante de algo negativo. Essa foi uma boa reflexão.