Back

commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

CHAPTER 7 - Suppression of Indigenous Fossil Knowledge From Claverack, New York, 1705 to Agate Springs, Nebraska, 2005 ADRIENNE MAYOR

COTTON MATHER AND THE CLAVERACK GIANT, 1705-1712

Li a primeira parte deste capítulo e é bem interessante. Trata de como ignoraram (e esnobaram) o conhecimento que os indígenas norte-americanos já possuíam a respeito de fósseis de espécies extintas. Citam Cotton Mather, um Puritano que também fazia estudos nessa área (e é mais conhecido por seu envolvimento no Julgamento das Bruxas de Salém). Ele tende a considerar os conhecimentos "pagãos" como coisas de Satã e, deliberadamente, não leva em conta o conhecimento indígena. Em Nova Iorque, encontram uma ossada gigante, de um mastodonte. Logo, cristãos como Cotton Mather interpretaram aquilo como sendo restos dos ossos de gigantes do tempo do Dilúvio e da Arca de Noé.

GEORGES CUVIER'S INTEREST IN ANCIENT AND INDIAN FOSSIL DISCOVERIES, 1796-1821

MARTIN RUDWICK'S SELECTIVE SILENCE, 1972-2005

No primeiro título, a autora discorre sobre as descobertas e escritos de Georges Cuvier's, um francês que é considerado um dos pais fundadores da Paleontologia. Cuvier dedicou atenção especial para as descobertas sobre fósseis dos indígenas. No segundo título, há o relato de como Martin Rudwick, seu tradutor para a língua inglesa, omitiu seletivamente quase todos os trechos da obra de Cuvier que citava o conhecimento indígena. E salienta que Rudwick tinha um discurso indulgente, que relativizava os erros de pesquisados de outras épocas, alegando que deveríamos enxergá-los como "Homens do seu tempo", mas não tinha a mesma régua quando se tratava de indígenas.

GEORGE GAYLORD SIMPSON AND "TRUE" FOSSIL DISCOVERIES, 1942-1943

Neste título do capítulo, é relatado como George Gaylord Simpson desdenhava das descobertas de fósseis realizadas pelos indígenas. Ele não as omitia, mas não as considerava "verdadeiras descobertas".

DANGEROUS FOSSIL KNOWLEDGE AT AGATE SPRINGS, NEBRASKA

Este foi o título que fecha o sétimo capítulo. Trata de uma propagação da ignorância, de forma deliberada, pelos próprios indígenas a respeito dos fósseis, quando acreditam que estes podem trazer alguma maldição ou mal para as pessoas ou para a própria natureza. E a autora relativiza isso, dizendo que é diferente da Agnotologia proposta pelos europeus, classificando-a como uma "ignorância virtuosa", pois eles sinceramente acreditam que tais conhecimentos podem trazer danos. A meu ver, uma relativização cultural tratando os indígenas como o bom selvagem de Rousseau (no livro ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da Educação, a ideia de que o homem é naturalmente bom e má é a educação dada pela sociedade).