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02/06/2019.

Gostei. Quem explorar as notas de rodapé, poderá expandir muito o seu conhecimento dos temas abordados. Aliás, trata-se de um livro bem fundamentado no sentido de referências.

Grata surpresa foi ver capítulos abordando Kant e Nietzsche. A forma como o autor pega ideias antagônicas de ambos e consegue extrair aquilo que há de positivo em cada deles, mostra que não é preciso que um sobreponha o outro, fugindo da visão binária que hoje assola o mundo.

Enquanto A sutil arte de ligar o F*da-se cuida mais do indivíduo e da responsabilidade pelo que ocorre em sua vida, Fdeu geral* atenta para a faceta mais coletiva, da sociedade como um todo.

Discorre muito sobre o mundo contemporâneo e toda celeuma causada pelo ambiente político, fake news etc. Busca na neurociência e psicologia as bases para explicar sobre a inteligência "racional" e a emocional, assim como a hierarquia de valores que pessoas e grupos possuem, e como isso sobrepõe aspectos mais objetivos de certo/errado, verdadeiro/falso etc.

Em seu capítulo derradeiro, aponta para uma direção que encontra um ponto de convergência diante das coisas que venho lendo, assistindo e reflexões que venho fazendo: de que mudanças (para melhor) não virão de fora, não acontecerão de forma homogênea e coletiva, mas sim a partir de cada um, como na famosa frase atribuída a Ghandi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo".

11/04/2019.

Ótimo livro. Talvez seja um tanto redundante ao longo de alguns capítulos, mas essa característica é um fator positivo para quem quiser ler algum capítulo avulso, de forma não linear (foi o meu caso, no primeiro contato que tive com o livro e essa leitura parcial me trouxe um grande esclarecimento a respeito de um aspecto de minha personalidade a ser melhorado). Acabei lendo-o, de forma intercalada, junto com "Comunicação Não Violenta" de Marshall B. Rosenberg e acredito que estes livros se complementam bem.

Basicamente, existem dois tipos de Mindset. O Fixo e o de Crescimento. Por questões didáticas, o livro os separa, mas temos ambos em nós, em maior ou menor equilíbrio [apesar de ser inevitável ter ambos, a ideia a se perseguir é sempre em busca de um Mindset de Crescimento, não ficar 'meio a meio']. O fixo, como o nome diz, traz uma crença limitante na forma de encarar a evolução de habilidades, já o de Crescimento foca em mostrar como as adversidades e desafios podem ser o combustível para o aprendizado e aperfeiçoamento das habilidades.

Em suma, o livro me ajudou a enxergar que certas mudanças não significam que irei "trair" meus princípios e valores, não significam que irei perder minha identidade (esta era a crença limitante que eu tinha e me impedia de mudar a abordagem com certas coisas). Abaixo, alguns grifos que ilustram isso:

"Ao longo do tempo, os traços fixos podem vir a se transformar naquilo que a pessoa imagina que seja [...] A mudança de mindset exige que as pessoas desistam disso. Como se pode imaginar, não é fácil abandonar alguma coisa que parecia ser nosso 'eu' durante muitos anos [...] há a preocupação de não ser mais a mesma pessoa [...] Pode parecer que o mindset fixo lhe proporciona sua ambição, sua superioridade, sua individualidade. Talvez você receie ser apenas uma peça da engrenagem, como todos os demais. Talvez receie ser comum [...] ao se abrir para o crescimento, você se torna mais você, e não menos".