Reviews and Comments

diegopds

diegopds@bolha.review

Joined 1 month ago

Leio "de tudo". Sempre gostei de ficção científica e distopias, mas atualmente estou com um "bloqueio" para ficção em geral.

Tenho me debruçado mais em livros de não-ficção. Os assuntos que me despertam maior interesse no momento são as críticas e exposições sobre os problemas na sociedade contemporânea.

Isso abrange: modo de produção, obsolescência programada, questões climáticas, superficialidade, promoção da ignorância (agnotologia) entre outros.

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Skoob (estante mais atualizada) Ver mais… Textão!

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Thais Godinho: Vida Organizada (EBook, Português language, 2013, Gente) No rating

Muito se fala em organização. São muitos os métodos e conceitos que transformam o desejo …

Autorreflexão e um chamado para ação

No rating

Se você espera por um livro de tom condescendente, com dicas fáceis e rápidas de aplicar, esqueça. Ainda que traga algumas listas de dicas, a tônica constante é investigar seus objetivos, motivações e, partir deles, fundamentar a necessidade de organização e definir prioridades.

Construindo um plano a partir de um futuro distante e retrocedendo até o presente. Na fase de execução, usar os objetivos de curto prazo para alcançar os médio. Estes, para os de longo prazo, sem perder de vista o todo, o norte verdadeiro. Fazendo correções de rota, sempre que necessário, diante das mudanças internas e externas.

A leitura é simples, mas os exercícios sugeridos podem tomar um bom tempo (e não recomendaria prosseguir a leitura antes de conclui-los). Boa parte deles, irá causar incômodo e tocar profundamente em questões subjetivas mas, como diria Andrei Achcar: 'tudo depende de quem você é e onde você quer chegar', sendo …

reviewed Poder do Habito by invalid author

invalid author, Charles Duhigg: Poder do Habito (Paperback, Portuguese language, 2011, Objetiva) 4 stars

A young woman walks into a laboratory. Over the past two years, she has transformed …

O hábito tem poder, faz o ser humano estremecer

No rating

Trata-se de livro não-científico, mas que tem base em muitos materiais acadêmicos e de pesquisa, além de entrevistas e investigações por outras fontes. Cabe lembrar que o autor é um jornalista.

Os capítulos são construídos à medida em que explicam como funciona um hábito, como criar um novo e como alterar um já existente (levando em conta que a eliminação do hábito seria virtualmente impossível); a importância de identificar qual a qual anseio o hábito busca atender, assim como ter fé na mudança e como o compromisso junto a um grupo ajuda nesse desiderato.

Falando em grupos, o autor também trata os hábitos no âmbito coletivo (aqui, chamados de rotinas), revelando como pequenas vitórias geram uma cultura enraizada (hábitos angulares), promovendo um ciclo virtuoso.

Também é salientada a necessidade de abstração, a fim de mentalizar e prever possíveis situações adversas para se ou quando elas vierem à tona, ter o …

Samer Agi: Paixão pela Vitória (Paperback, Português language, 2016, Juspodivm) No rating

A ideia da obra é fazer renascer - ou nascer - no leitor a paixão …

Curto em texto, longo na reflexão

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Se for ler este livro esperando esperando detalhes minuciosos e técnicos sobre o Concurso da Magistratura, provavelmente, irá se decepcionar. O primeiro terço do livro conta a trajetória do autor e até dá algumas dicas. Mas os outros dois terços são de crônicas que, sim, irão ajudar os candidatos, mas são muito mais genéricas (no bom sentido da expressão).

Talvez, um ponto negativo seja a repetição de algumas crônicas que já estão inclusas no início do livro. Fica o alerta para quem for ler de forma linear. Algumas passagens podem soar piegas, à primeira vista, mas é admirável a veia poética e erudição de Samer Agi.

À medida em que fui avançando para as últimas crônicas, pude perceber a variedade de autores e obras citados, das mais diversas áreas, com temas extremamente reflexivos. Um bom livro para quem busca desenvolvimento pessoal.

William James: Vale a pena viver? (EBook, Português language, 2018, Nós) No rating

O título é uma pergunta filosófica sobre o valor da vida. Trata-se de uma palestra …

Leitura interessante, mas...

No rating

A obra traz reflexões interessantes, como a de nos concentrar nos problemas concretos, que afetam diretamente nossa vida e os quais podemos resolver (temos algum controle sobre).

Nos convida a aceitar o mundo natural e tangível como indiferente, superando questões como o bem ou mal.

Traz como principal fonte da melancolia a plena satisfação, mostrando que a necessidade e a luta servem de estímulo e inspiração ao ser humano. O triunfo traria de volta o vazio [mas como diria Pierre Lévy, em A Inteligência Coletiva: 'o vazio torna possível o movimento'].

Em suma, o autor reforça a ideia de que, como num bom roteiro de cinema ou teatro, deve haver luta, conflito ou se tornará algo sem graça.

Todavia, um de seus argumentos centrais gira em torno da crença religiosa, colocando-a numa falsa simetria com a Ciência. A fé, do ponto de vista prático, quanto a uma possibilidade que o …

Adriana Figueiredo, Rodolfo Gracioli: Redação para concursos, Enem e Vestibulares  Aprenda redação com lógica (Paperback, Português language, Saraivajur) No rating

A prova de redação vem preocupando muitos estudantes que vão fazer concursos públicos, vestibulares ou …

Por enquanto, gostando. É bem o que esperava e vai direto ao ponto, balanceando bem teoria e prática. Num dos exemplos, traz uma série de 4 textos do ENEM 2018 bem interessantes, sobre as redes sociais e os algoritmos. Disponível aqui, p. 19.

commented on O Oráculo da Noite by Sidarta Ribeiro

Sidarta Ribeiro: O Oráculo da Noite No rating

A partir de informações históricas, antropológicas, psicanalíticas e literárias, além das referências mais atualizadas da …

Capítulo 15. O oráculo probabilístico

Nesse ponto em que estou, a leitura ficou bem arrastada. Acho que criei uma expectativa que não foi atendida. Mas é fato que há alguns trechos em que o livro se afasta muito do escopo. Cito a parte sobre os nativos norte-americanos: começa mencionando sonhos, mas depois se aprofunda numa narrativa bem longa sobre fatos históricos que me fizeram pensar se eu não estava lendo "Enterrem Meu Coração na Curva do Rio".

commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

CHAPTER 8 - Mapping Ignorance in Archaeology - The Advantages of Historical Hindsight - ALISON WYLIE

Este capítulo é sobre a ignorância na arqueologia. Até a parte que li, soa como um preâmbulo, mas dá algumas linhas interessantes sobre conceitos e sobre como o assunto será abordado. Há uma epígrafe legal na abertura, em tradução livre "Comparada à lagoa de conhecimento, nossa ignorância permanece como um oceano. De fato, o horizonte do desconhecido recua conforme nos aproximamos dele".

MAPPING IGNORANCE

Discorre que o conhecimento que temos é uma pergunta específica e a ignorância se estende por inúmeros domínios que não não iremos começar a conhecer até que aprendamos a fazer perguntas diferentes.

Há uma implicação sobre como o fator humano "contamina" o conhecimento, ao entrar em contato com ele. Por conta disso, uma ciência "exata" se torna algo "impossível".

Há uma outra citação interessante (remetida a Bacon, mas pesquisando na …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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CHAPTER 7 - Suppression of Indigenous Fossil Knowledge From Claverack, New York, 1705 to Agate Springs, Nebraska, 2005 ADRIENNE MAYOR

COTTON MATHER AND THE CLAVERACK GIANT, 1705-1712

Li a primeira parte deste capítulo e é bem interessante. Trata de como ignoraram (e esnobaram) o conhecimento que os indígenas norte-americanos já possuíam a respeito de fósseis de espécies extintas. Citam Cotton Mather, um Puritano que também fazia estudos nessa área (e é mais conhecido por seu envolvimento no Julgamento das Bruxas de Salém). Ele tende a considerar os conhecimentos "pagãos" como coisas de Satã e, deliberadamente, não leva em conta o conhecimento indígena. Em Nova Iorque, encontram uma ossada gigante, de um mastodonte. Logo, cristãos como Cotton Mather interpretaram aquilo como sendo restos dos ossos de gigantes do tempo do Dilúvio e da Arca de Noé.

GEORGES CUVIER'S INTEREST IN ANCIENT AND INDIAN FOSSIL DISCOVERIES, 1796-1821

MARTIN RUDWICK'S SELECTIVE SILENCE, 1972-2005 …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

PART II Lost Knowledge, Lost Worlds

CHAPTER 6 - West Indian Abortifacients and the Making of Ignorance (Londa Schiebinger)

Este capítulo discorre novamente sobre um assunto atinente às mulheres, mas é bem mais direto ao ponto em relação ao capítulo anterior. Trata-se do conhecimento de plantas abortivas. Enquanto ervas medicinais que combatem a Malária eram levadas para Europa, juntamente com seu conhecimento medicinal, o mesmo não ocorria com a Peacock Flower (Poinciana pulcherrima ou Caesalpinia pulcherrima). Ela era até transportada e plantada com vistas a seu efeito decorativo, nada mais. É citado o exemplo de outra planta abortiva conhecida como Pennyroyal. Logo me lembrei na música "Pennyroyal Tea" do Nirvana, que se inspirou nela.

Em suma, depreende-se que essa ignorância seletiva tinha e tem como objetivo o controle social, na forma de manter sempre um Exército industrial de reserva – Wikipédia, a enciclopédia livre.

AGNOTOLOGIC FISSURES …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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BODIES AND PLEASURES

Neste último título, há uma citação de McWhorter que dá uma perspectiva interessante: "What if we used pleasure rather than pain as our primary disciplinary tool?".

Na mesma linha, a autora cita Annie Sprinkle, uma ex-atriz pornô que se tornou uma artista de performance e educadora sexual: "There’s a lot of people who talk about violence, rape, and abuse. But, there’s not a lot of people that talk about pleasure, bliss, orgasm, and ecstasy".

Na conclusão, afirma que há correlação entre conhecimento e prazer. E diz que seu objetivo se divide em dois pontos: 1) compartilhar sua fascinação pelo estudo científico da sexualidade, em especial a feminina; 2) sublinhar a importância e poder daquilo que não sabemos e poder político que essa ignorância representa. Alega que um estudo completo da epistemologia deve incluir o estudo da ignorância, não apenas do conhecimento (e, nisso, concordo plenamente).

Reforça que …

Haruki Murakami: Do Que Eu Falo Quando Falo de Corrida (Paperback, Alfaguara) No rating

Para quem corre ou admira o aspecto introspectivo da cultura japonesa

No rating

Conheci o autor, pesquisando por distopias e pela obra "1Q84" (que ainda não li), vendo outros títulos, achei bem inusitado esse de não-ficção, no qual ele fala sobre corrida (o único esporte que pratico... Ou praticava).

O mais interessante foi perceber que, muitas das dificuldades que sofro para praticar corrida, não são exclusividades de um bairro periférico de terceiro mundo. Até mesmo em países como EUA, Grécia, entre outros, há muitos fatores que atrapalham, sem contar o clima.

A passagem abaixo é bem inspiradora. E claro: muito bacana ver citações bem específicas de pequenas coisas que acontecem na corrida e que não costumo ver ninguém comentando:

"Sempre que me sinto pouco disposto a correr, eu me pergunto a mesma coisa: Você consegue ganhar a vida como romancista, trabalhando em casa, fazendo seu próprio horário, então não precisa encarar baldeações no metrô lotado ou participar de reuniões maçantes. Não percebe como …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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THE ISSUE OF PLEASURE

Este trecho que li hoje foi bem interessante, mas a autora escreve de forma arrastada e se repete muito (identifiquei facilmente citações diretas que já haviam sido feitas há 10 páginas atrás).

Trata da ignorância tanto sobre a anatomia do órgão sexual feminino quanto a negligência ao tratar da estimulação para o prazer. Uma vez que costuma ser tratado sempre da perspectiva do sexo apenas como um meio para reprodução (e não para o prazer também). Isso é evidenciado até no léxico "órgão reprodutor feminino".

Nesta esteira, focando o sexo apenas sob um paradigma reprodutivo, valoriza-se mais a relação sexual que envolve a penetração (indispensável para a concepção) do que a estimulação do clitóris (que serviria mais ao prazer e pode ser realizado com um vibrador, por exemplo).

Há um trecho bem curioso, que trata dos múltiplos orgasmos:

"William H. Masters and Virginia G. Johnson (1966) …

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CHAPTER 5 - Coming to Understand Orgasm, and the Epistemology of Ignorance NANCY TUANA

Este capítulo começa de forma bem arrastada. Em suas duas primeiras páginas é extremamente arrastado e parece não chegar a lugar nenhum. Logo na segunda nota de rodapé há um texto explicativo enorme. Depois, fica um pouco mais compreensível.

Fala de uma ignorância proveniente não de não saber fazer algo, por conta de tal conhecimento não ser mais valorizado, importante ou funcional. Cita o exemplo dos partos que, por conta da pressão das operadoras da saúde, são realizados apenas na modalidade cesariana. Com isso, os médicos "desaprenderam" a fazer parto normal.

Também questiona: quem se beneficia e quem fica em desvantagem por este tipo de ignorância.

Prossegui com a leitura do capítulo e continuou bem arrastado mas, no final da sessão de leitura, começou a engrenar. Basicamente, discute a falta de representação ou de detalhes na …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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Chapter 4 - Manufactured Uncertainty

O início deste capítulo repisa muitas coisas já tratadas nos capítulos anteriores. Começa citando a relação entre a Síndrome de Reye e o consumo de aspirina por crianças com doenças virais. Desde 1986, os laboratórios foram obrigados a informar sobre isso em suas bulas. A questão debatida é que não há uma certeza absoluta sobre isso, mas é inegável que existe um nexo causal e a indústria sempre argumentou em cima desta dúvida, o que adiou a obrigatoriedade do alerta em dois anos.

Poucos desafios científicos são mais complexos do que entender a causa de doença em seres humanos. Pois, em laboratório, fazemos testes apenas em animais. Em campo, com humanos, não são realizados testes. Apenas observamos os humanos que já foram expostos a determinada condição ou substância "naturalmente".

THE TOBACCO ROAD

Há até um famoso slogan da indústria do tabaco: "A dúvida é o …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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Terminei o capítulo 3, o último título foi "HOW CLIMATE SCIENCE BECAME A VICTIM OF THE COLD WAR". Há, no final, uma citação que usa uma boa figura de linguagem:

"The great economist John Maynard Keynes famously noted that there is no free lunch. The western world has experienced 150 years of unprecedented prosperity built by tapping the energy stored in fossil fuels. That was our lunch. Global warming is the bill".

Também comenta que há uma visão ingênua que vários cientistas seguem: de que se a ciência comprovar algo, os Governos agirão de acordo. Mas não necessariamente isso acontece (como aconteceu com com o Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que disse que iria tomar as medidas para combater o aquecimento global, quando tomou conhecimento disto). Ocorre que os cientistas / negacionistas também seguem esta lógica: eles acham que se ficar demonstrado cientificamente, o governo agirá de acordo, por isso …