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diegopds

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Joined 5 months, 3 weeks ago

Leio "de tudo". Sempre gostei de ficção científica e distopias, mas atualmente estou com um "bloqueio" para ficção em geral.

Tenho me debruçado mais em livros de não-ficção. Os assuntos que me despertam maior interesse no momento são as críticas e exposições sobre os problemas na sociedade contemporânea.

Isso abrange: modo de produção, obsolescência programada, questões climáticas, superficialidade, promoção da ignorância (agnotologia) entre outros.

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2024 Reading Goal

40% complete! diegopds has read 4 of 10 books.

commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

PART II Lost Knowledge, Lost Worlds

CHAPTER 6 - West Indian Abortifacients and the Making of Ignorance (Londa Schiebinger)

Este capítulo discorre novamente sobre um assunto atinente às mulheres, mas é bem mais direto ao ponto em relação ao capítulo anterior. Trata-se do conhecimento de plantas abortivas. Enquanto ervas medicinais que combatem a Malária eram levadas para Europa, juntamente com seu conhecimento medicinal, o mesmo não ocorria com a Peacock Flower (Poinciana pulcherrima ou Caesalpinia pulcherrima). Ela era até transportada e plantada com vistas a seu efeito decorativo, nada mais. É citado o exemplo de outra planta abortiva conhecida como Pennyroyal. Logo me lembrei na música "Pennyroyal Tea" do Nirvana, que se inspirou nela.

Em suma, depreende-se que essa ignorância seletiva tinha e tem como objetivo o controle social, na forma de manter sempre um Exército industrial de reserva – Wikipédia, a enciclopédia livre.

AGNOTOLOGIC FISSURES …

commented on Agnotology by Robert N. Proctor

Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

BODIES AND PLEASURES

Neste último título, há uma citação de McWhorter que dá uma perspectiva interessante: "What if we used pleasure rather than pain as our primary disciplinary tool?".

Na mesma linha, a autora cita Annie Sprinkle, uma ex-atriz pornô que se tornou uma artista de performance e educadora sexual: "There’s a lot of people who talk about violence, rape, and abuse. But, there’s not a lot of people that talk about pleasure, bliss, orgasm, and ecstasy".

Na conclusão, afirma que há correlação entre conhecimento e prazer. E diz que seu objetivo se divide em dois pontos: 1) compartilhar sua fascinação pelo estudo científico da sexualidade, em especial a feminina; 2) sublinhar a importância e poder daquilo que não sabemos e poder político que essa ignorância representa. Alega que um estudo completo da epistemologia deve incluir o estudo da ignorância, não apenas do conhecimento (e, nisso, concordo plenamente).

Reforça que …

Haruki Murakami: Do Que Eu Falo Quando Falo de Corrida (Paperback, Alfaguara) No rating

[...] sou o tipo de sujeito que gosta de estar sozinho consigo mesmo. Para dizer de um modo mais agradável, sou o tipo de pessoa que não acha um sofrimento ficar só. Não acho que passar uma ou duas horas correndo sozinho todos os dias, sem falar com ninguém, além de passar quatro ou cinco horas sozinho em minha mesa, seja difícil nem chato. Tenho essa tendência desde que era mais novo, quando, caso tivesse escolha, preferia ficar sozinho lendo um livro ou concentrado ouvindo música a estar na companhia de alguém. Sempre fui capaz de pensar em coisas para fazer quando estou sozinho. Mesmo assim, depois de ter me casado muito jovem (eu estava com vinte e dois), gradualmente me acostumei a viver com outra pessoa. Depois que saí da faculdade fui dono de um bar, então aprendi a importância de estar com outros e a questão óbvia de que não podemos sobreviver sem a companhia alheia. Pouco a pouco, então, embora talvez interpretando a coisa a meu próprio modo particular, por meio da experiência pessoal descobri como ser sociável. Olhando em retrospecto para essa época, hoje, consigo ver que dos vinte aos trinta minha visão de mundo mudou, e amadureci. Ao meter o nariz em todos os tipos de lugar, conquistei as habilidades práticas de que precisava para viver. Sem esses dez duros anos não acho que eu teria escrito romances e, mesmo que tentasse, não teria sido capaz de fazê-lo. Não que a personalidade das pessoas mude assim tão dramaticamente. O desejo que há em mim de permanecer sozinho não mudou. Eis por que a hora e pouco que passo correndo, preservando um tempo só meu, em silêncio, é importante para me ajudar a manter o bem-estar mental. Quando estou correndo, não preciso conversar com ninguém e não tenho de escutar ninguém falando. Tudo que tenho a fazer é olhar a paisagem que passa por mim. Essa é uma parte de meu dia sem a qual não consigo viver.

Do Que Eu Falo Quando Falo de Corrida by  (9%)

Haruki Murakami: Do Que Eu Falo Quando Falo de Corrida (Paperback, Alfaguara) No rating

Para quem corre ou admira o aspecto introspectivo da cultura japonesa

No rating

Conheci o autor, pesquisando por distopias e pela obra "1Q84" (que ainda não li), vendo outros títulos, achei bem inusitado esse de não-ficção, no qual ele fala sobre corrida (o único esporte que pratico... Ou praticava).

O mais interessante foi perceber que, muitas das dificuldades que sofro para praticar corrida, não são exclusividades de um bairro periférico de terceiro mundo. Até mesmo em países como EUA, Grécia, entre outros, há muitos fatores que atrapalham, sem contar o clima.

A passagem abaixo é bem inspiradora. E claro: muito bacana ver citações bem específicas de pequenas coisas que acontecem na corrida e que não costumo ver ninguém comentando:

"Sempre que me sinto pouco disposto a correr, eu me pergunto a mesma coisa: Você consegue ganhar a vida como romancista, trabalhando em casa, fazendo seu próprio horário, então não precisa encarar baldeações no metrô lotado ou participar de reuniões maçantes. Não percebe como …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

THE ISSUE OF PLEASURE

Este trecho que li hoje foi bem interessante, mas a autora escreve de forma arrastada e se repete muito (identifiquei facilmente citações diretas que já haviam sido feitas há 10 páginas atrás).

Trata da ignorância tanto sobre a anatomia do órgão sexual feminino quanto a negligência ao tratar da estimulação para o prazer. Uma vez que costuma ser tratado sempre da perspectiva do sexo apenas como um meio para reprodução (e não para o prazer também). Isso é evidenciado até no léxico "órgão reprodutor feminino".

Nesta esteira, focando o sexo apenas sob um paradigma reprodutivo, valoriza-se mais a relação sexual que envolve a penetração (indispensável para a concepção) do que a estimulação do clitóris (que serviria mais ao prazer e pode ser realizado com um vibrador, por exemplo).

Há um trecho bem curioso, que trata dos múltiplos orgasmos:

"William H. Masters and Virginia G. Johnson (1966) …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

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CHAPTER 5 - Coming to Understand Orgasm, and the Epistemology of Ignorance NANCY TUANA

Este capítulo começa de forma bem arrastada. Em suas duas primeiras páginas é extremamente arrastado e parece não chegar a lugar nenhum. Logo na segunda nota de rodapé há um texto explicativo enorme. Depois, fica um pouco mais compreensível.

Fala de uma ignorância proveniente não de não saber fazer algo, por conta de tal conhecimento não ser mais valorizado, importante ou funcional. Cita o exemplo dos partos que, por conta da pressão das operadoras da saúde, são realizados apenas na modalidade cesariana. Com isso, os médicos "desaprenderam" a fazer parto normal.

Também questiona: quem se beneficia e quem fica em desvantagem por este tipo de ignorância.

Prossegui com a leitura do capítulo e continuou bem arrastado mas, no final da sessão de leitura, começou a engrenar. Basicamente, discute a falta de representação ou de detalhes na …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

Chapter 4 - Manufactured Uncertainty

O início deste capítulo repisa muitas coisas já tratadas nos capítulos anteriores. Começa citando a relação entre a Síndrome de Reye e o consumo de aspirina por crianças com doenças virais. Desde 1986, os laboratórios foram obrigados a informar sobre isso em suas bulas. A questão debatida é que não há uma certeza absoluta sobre isso, mas é inegável que existe um nexo causal e a indústria sempre argumentou em cima desta dúvida, o que adiou a obrigatoriedade do alerta em dois anos.

Poucos desafios científicos são mais complexos do que entender a causa de doença em seres humanos. Pois, em laboratório, fazemos testes apenas em animais. Em campo, com humanos, não são realizados testes. Apenas observamos os humanos que já foram expostos a determinada condição ou substância "naturalmente".

THE TOBACCO ROAD

Há até um famoso slogan da indústria do tabaco: "A dúvida é o …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

Terminei o capítulo 3, o último título foi "HOW CLIMATE SCIENCE BECAME A VICTIM OF THE COLD WAR". Há, no final, uma citação que usa uma boa figura de linguagem:

"The great economist John Maynard Keynes famously noted that there is no free lunch. The western world has experienced 150 years of unprecedented prosperity built by tapping the energy stored in fossil fuels. That was our lunch. Global warming is the bill".

Também comenta que há uma visão ingênua que vários cientistas seguem: de que se a ciência comprovar algo, os Governos agirão de acordo. Mas não necessariamente isso acontece (como aconteceu com com o Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que disse que iria tomar as medidas para combater o aquecimento global, quando tomou conhecimento disto). Ocorre que os cientistas / negacionistas também seguem esta lógica: eles acham que se ficar demonstrado cientificamente, o governo agirá de acordo, por isso …

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What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

O título "DEFENDING SMOKE" aborda questões sobre o fumo passivo e, novamente o negacionismo em cima desta questão.

Em "WHAT IMPACT HAS THIS HAD?", fala sobre como os Republicanos destacavam nos anos 1990 a incerteza como estratégia para evitar adoção de medidas contra o aquecimento global. Isso deixou marcas profundas, mesmo na década seguinte, pois em 2007, 40% das pessoas declararam não haver consenso científico sobre o assunto.

Colocando a questão para os dias de hoje e, dentro do contexto brasileiro, é esse o mal de disseminar uma cultura de negacionismo e ignorância. Pois, mesmo que depois pesquisas científicas provem de maneira contundente, já terá se formado uma cultura de massa com um viés tendendo sempre ao negacionismo e à desconfiança. Seja sobre o aquecimento global, seja sobre a vacinação etc.

Também é citado um livro chamado The Skeptical Environmentalist, de Bjørn Lomborg. O autor dele diz que a regulação …

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No Título "HOW SDI, TOBACCO, ACID RAIN, CFCS, AND GLOBAL WARMING CAME TOGETHER", conta que a RJR Nabisco, a empresa que possui a R.J. Reynolds Tobacco, estabeleceu um Programa de Pesquisa Médica. Seu objetivo: pesquisar outras causas de câncer que não o cigarro, colocando em dúvida o nexo causal do cigarro e enfatizando outras causas como estresse, hipertensão, traços de personalidade e genética.

Também fala sobre as pesquisas sobre os CFCs e seu impacto na camada de ozônio. Descreve como os negacionistas agiam, sempre colocando em dúvidas as pesquisas científicas. Mas a História mostra que tais pesquisas estavam corretas:

"Rowland, Molina, and Paul Crutzen shared the 1995 Nobel Prize in Chemistry for their work on demonstrating the relation between CFCs and the depletion of stratospheric ozone.

[...]

In the very year that Rowland and Molina would win their Nobel Prize—indeed, just weeks before the prize was announced — Singer testified …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

Foram poucas páginas, mas é muito esclarecedor. Escrito em 2008, é extremamente atual no que se refere a revelar, de forma certeira como a Direita age. Exemplo:

"Jastrow believed that if the American people understood SDI, they would support it, but for this to happen journalists had to present it correctly. The institute’s first initiative, therefore, would be a 'two-day training seminar for journalists on the fundamental technologies of Strategic Defense.' Over the next two years, the institute built up its program activities in the manner that Jastrow had hoped. By 1986, it had clarified its goal and was moving toward getting its message directly to where it counted, namely, Congress. Through press briefings, reports, and seminars directly aimed at Congress members and their staff, the institute promoted its message." (p. 63).

Este tipo de expediente lembra muito o que o lobby de uma vertente ideológica de determinado país situado …

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Robert N. Proctor, Londa Schiebinger: Agnotology (Paperback, Stanford University Press) No rating

What don't we know, and why don't we know it? What keeps ignorance alive, or …

AVISO: Diante do negacionismo e da promoção da ignorância no Brasil, que chegou ao paroxismo na época da Pandemia da COVID-19, precisava de alguma forma entender mais sobre o assunto e foi assim que cheguei ao termo Agnotologia, que seria uma ciência que estuda a promoção da ignorância. Este livro possui vários ensaios de diversos autores. Os dois nomes em destaque são dos organizadores. Foi Robert N. Proctor que cunhou o termo "Agnotologia" e como não encontrei nenhum livro e português sobre o assunto, resolvi ir a fonte original, em inglês mesmo. A partir desta nota, seguirei transcrevendo aqui meus "diários de leitura". Não sei se um dia conseguirei fazer uma resenha. Mas acho importante deixar um conteúdo em português sobre o tema. Como lamento de não ter este tipo de informação na época da Pandemia... Antes tarde do que nunca.

No capítulo que li fala de um instituto chamado …